Apenas hoje tive a notícia da trágica morte do feirante aqui da feira da Luminárias, o Ernani, da barraca de frutas. Eu conhecia o Ernani há muitos anos, e além de frutas deliciosas, ele também tinha uma equipe super atenciosa, super bacana, que ainda está tocando a barraca. O Ernani deixou filhos, sendo a mais nova adolescente. Ele tinha apenas 46 anos.
Além de trágica, essa morte me enche de revolta. Pelo que os colegas da feira contaram, Ernani foi morto por policiais logo antes do feriado de Finados, no ano passado, quando a polícia paulista descontrolada retaliava contra a população civil os ataques do PCC. Pelo que os colegas falaram, o assassinato está sendo investigado. Mas seria bom que houvesse alguma pressão para que o caso fosse esclarecido, então se algum jornalista estiver lendo isso e for a fundo, eu ficaria muito grata!
O Ernani apareceu em pelo menos um programa de TV, muito brincalhão como sempre! Além disso, ele inspirou um personagem meu, o dono da animada barraca de frutas em Santa Cecília que a personagem Rute frequentava. Não sei o que dizer. Fiquei de queixo caído, foi uma surpresa terrível para mim. Ernani era parte dessa nossa querida cidade, com sua feira de quarta aqui na Vila Madalena, de sábado no Pacaembu.
Ele era tão parte dessa cidade quanto não deveria ser essa besta do Alckmin, que ficou olhando o descontrole da segurança por anos sem se importar com nada além de… além de quê? Nem vaidade esse lixo tem, pois se tivesse teria tomado as rédeas da polícia em São Paulo. E não estou partidarizando nada, pois se fosse outro seria muito pior. E será.
No mínimo minimorum esse cretino nosso governador deveria ir até a feira e pedir perdão para a família, os funcionários e os clientes do Ernani, mas se tivesse coragem para isso o Ernani ainda estaria entre nós.
O Ernani morreu, pelo que me contaram, perto do Ceasa, de onde trazia nossas frutas todos os dias. Desculpe o texto raivoso, Ernani, mas é meu jeito.
Crônicas da Sala de Aula 