No domingo, dia 13, haverá uma nova manifestação a favor do impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
Eu vou.
E convido você a vir também, seja em São Paulo, em outra cidade do país ou no exterior. Por que essa manifestação é importante?
Estamos vivendo uma crise sem precedentes no país. Eu vivi a recessão dos anos 1980, mas naquele momento havia o contrapeso do otimismo com a saída dos militares. A crise política dos anos 1960 foi de fato tenebrosa, mas a economia não estava tão mal. A única coisa que se assemelha ao que estamos vivendo é a crise dos anos 1930 na descrição de minha tia Guita, de gravidade ampliada por questões familiares.
O governo federal, em boa parte alvo de investigações criminais, está inoperante no que diz respeito à população, com esforços concentrados apenas no salvamento de algumas figuras, com e sem cargos públicos, de importância para a presidente. Seu afastamento pelo Congresso Nacional não se deu não por falta de provas, mas apenas porque boa parte dos congressistas deve favores ao mesmo esquema ilegal investigado.
Se no governo, diria minha avó, estão umas “boas biscas”, na oposição são “uns espertalhões”. Talvez por grande fé na juventude e no que chamam de pleno funcionamento das instituições, delegaram a condução política do país a um juiz e um vestibulando. Senadores de prestígio propõem hoje projetos para proteger instituições já falidas como o BNDES e a Petrobrás, pensando na posteridade e alheios à crise atual.
No passado, os artistas foram as vozes de protesto. Hoje, estão todos, com poucas exceções, comprados pela Ancine, pelas Estatais falidas e por leis bem intencionadas que tiveram o resultado de pôr de joelhos a vibrante cultura brasileira. Como dizia Plínio Marcos (https://youtu.be/GeVBi9yS4O4?t=1m32s), o dinheiro cala mais que a censura. Sobre os intelectuais, prefiro não me pronunciar, por profunda vergonha da classe.
Por tudo isso, cabe a nós nos juntarmos ao vestibulando e apoiarmos o juiz, pois por mais bizarro que isso pareça, o futuro do Brasil está nas mãos dos que o fizerem. No dia 13 de março, vamos mostrar que queremos o avanço das investigações da Lava Jato com autonomia. Vamos dizer que apoiamos os congressistas que votarão pelo impeachment. Vamos fazê-lo com serenidade e firmeza, como temos feito em todas as manifestações.
O impeachment nos trará Michel Temer à presidência, sem abrir o perigoso precedente de uma cassação de mandato por um mero tribunal. Temer é um bicho político que vive na democracia; fora de suas articulações e negociações, não sobrevive. É um democrata, portanto, por convicção talvez mas certamente por necessidade. Sabe ouvir, compor, propor e aprovar. Tem compromissos partidários, mas não lealdade a criminosos, como quem ocupa hoje o cargo. É o que o país precisa hoje.
O Brasil, nos próximos anos, vai precisar fazer uma Nova Transição. Sem malabarismos, sem revoluções, sem reformas espetaculares, mas vai precisar voltar à economia de mercado, de onde saiu nos últimos anos. Vai precisar de uma renovação partidária. Vai precisar resgatar a auto-confiança, perdida nos últimos meses. Vai precisar de políticas públicas efetivas que partam de um Estado desaparelhado. Essa Nova Transição começa agora, no dia 13 de março.
Por isso convido a você que se junte à grande manifestação na Paulista ou a outras pelo Brasil e pelo mundo!
Vou fazer esse convite pelo Facebook também, e peço perdão se você não gosta de política, apoia o governo de Dilma Rousseff, ou acha que o impeachment não cabe nesse caso. Se você é meu colega de trabalho ou ex-aluno, também me desculpo pois não gosto de misturar trabalho e política. Se você é meu aluno, peço que ignore esse convite e aproveite para me unfriend no Face para evitar novos convites, pois a relação professor-aluno deve ficar longe da política.