Tenho que dizer pra vocês que não sei muito sobre o Kenya. Sei que é um destino turístico e um país onde as coisas funcionam relativamente bem. Desconfiando que o Kenya seja um país relativamente estável na África, chequei no Democracy Index do Economist e, de fato, está no terceiro segmento mais democrático (nós estamos no segundo e a maioria dos países africanos está no quarto e último). Para visualizar, veja na Wikipedia.
Foi então nesse país cercado de conflitos os mais variados, mas lutando para dar aos seus cidadãos um mínimo de estabilidade e prosperidade, que houve o ataque vil aos estudantes universitários nessa semana. Ataque a gente como você que lê o blog, gente que poderia estar em nossas salas de aula.
Aqui vai o site da Garissa University College, de onde poderíamos estar recebendo alunos, e aqui vai uma das faculdades cujo tema me é familiar e onde poderia, se houvesse algum intercâmbio, estar lecionando por um ano. Foi lá que mataram 147 pessoas assim, a sangue frio. Pedi ao pessoal da Unesp para sugerir ao reitor uma nota de solidariedade. De qualquer modo, aqui vai minha nota, em meu nome e de meus alunos.
Entendo que estamos passando por um momento difícil no Brasil, com uma notícia ruim atrás da outra. Mas o que houve no Kenya foi uma tragédia para todas as instituições de ensino superior, no mundo todo. O que foi atacado foi o desejo de aprender mais e com esse aprendizado ajudar nossas comunidades, cconstruindo um mundo melhor. E isso merece a nossa atenção, a sua, a de nossos gestores universitários e de nossos governantes distraídos.
Crônicas da Sala de Aula 
