Hoje, 4 de março de 2015, é o dia em que me decepcionei com o PT. Nada do que foi feito até agora havia me surpreendido. Podem buscar aí, num boletim do Nabil Bonduki, sobre minhas expectativas para o primeiro governo Lula, era isso aí. (Confesso que me decepcionei com a Marta, em quem votei pra prefeita, então hoje é a segunda vez.)
A Dilma passou totalmente dos limites, agora ficou claro. Ficou claro que a conta vai ficar toda conosco. As empreiteiras ladras vão sair incólumes, mesmo que com alguns gerentes em cana. O esquemão, que é o que importa pra mim, que diferença me faz a carreira de Barusco et. al?, permanece. Se o esquema dela vai dar certo, não sei. Mas até agora o plano é esse.
Na campanha, ela passou esse vídeo. O que esse vídeo diz, à luz de hoje: “Vou botar um banqueiro desgraçado no governo, pois como sou uma péssima administradora, só mesmo impondo um arrocho infernal ao povo brasileiro iludido por essas porcarias de benesses que vou cortar com canetadas. Não vou nem cumprimentar esse lacaio em público, pois lhe tenho nojo. Nojo por aceitar ser parte de um governo de ladras e ladrões experientes e que só conseguem se eleger na base de botox, implantes de cabelo e de outros tipos, e sem marketeiros caríssimos nunca empolgariam nem uma turma de crianças num passeio da Disney.
“Gente sem mérito próprio, sem idéias, sem carisma, sem conhecimento e muito menos sem qualquer amor ao povo, ao serviço público, gente que sabe que é medíocre e que sem os recursos do Petrolão não seria nada como profissionais, como homens públicos ou como gente. Esse é meu governo, e é por aceitar ser parte dele que desprezo esse Levy, que poderia ao contrário de nós ser um honrado contador de uma mecânica de bairro, e só vou aparecer em público lhe dando broncas idiotas, pois sou uma covarde completa.
“Esse banqueiro não vai mexer um dedo nos privilégios, na ineficiência, no gasto inútil. Pois isso seria no fundo destruir o ultimo fio de ‘governabilidade’ do meu governo. Não vou deixar ele tocar em nada disso, o indivíduo sabe que está aí para proteger privilégios e se der uma mais saidinha eu limo. Ele está aí só pra não deixar a coisa monetária desandar, é exatamente como falei na campanha: banqueiro é contra o povo.
“Lorota essa coisa de sistema financeiro saudável e moeda estável para permitir que as pessoas se planejem e invistam. Esse discurso tucano é lorota. A verdade é a do vídeo, é nisso que acredito, e por isso chamei esse sujeito. Aprendi com a Conceição, com o Beluzzo, com o Zé Manuel. É lorota, essa coisa de empreender é coisa da Rede Globo, “gente que faz”, Senai, Lima Duarte, é lorota. Ou é na marra, vai chuchando o povo até produzir, ou arrocho. Agora vai ser arrocho, por isso chamei esse Levy.
“Não querem arrocho? Então vai ser hiperinflação, tá bom? Só que aí os banqueiros me derrubam e acabou todo a ênfase social do governo. Então fiz essa concessão ao poder financeiro. Pois chamar alguém de fato comprometido com um ajuste cívico, negociado, correto, que gerasse eficiência, que fosse feito com transparência, que indicasse um rumo para o país, isso é lorota, aprendi na Unicamp, tá lá, fui bem na prova, quer verificar? Estudei, aprendi, é assim.”
Esse é o ódio. O amor, eu conto depois. Pois hoje, apesar da implosão da economia, foi um dia bom. No fundo, sou uma privilegiada, apesar das humilhações do salário achatado e do medo do que vem por aí. Foi um dia bom. De saúde, de comida na mesa, de idéias na cabeça, e de estranhos encontros que acontecem nessa São Paulo tão rica e tão amorosa.
“muito menos COM qualquer amor ao povo”
tem varios typos, não vou mexer. Estou preocupada com Ubatuba e com meus exames. O resto que acabe como a honra desse Levy.