Liberalismo pragmático

Não sei se no site do PSDB ou no da Onda Azul, mas em algum lugar havia uma série de linhas ideológicas que o PSDB abraçaria. Uma era o liberalismo social, outra sem dúvida a social democracia. Me identifiquei como liberal social, mas outro dia um aluno me perguntou se eu era liberal mesmo acreditando em ensino público.

Essa questão é importante, merecia um post mais pensado, mas só pra registrar: eu sou uma liberal pragmática. O objetivo não é a coerência, mas sim o bem estar coletivo, a liberdade individual, a preservação do meio ambiente, e a possibilidade de inovar sem perder de vista nossas conquistas.

Ora, se isso for obtido com microcrédito público, que tenho eu contra? Se houver gastos pesados em educação básica, eu pago contente. Se for necessária legislação dura com crimes ambientais, vamos construir prisões espaçosas.

Agora, dizer que no Brasil a intervenção é positiva no seu todo é um engodo. Temos o crédito desmatamento, por exemplo. Era melhor não ter. Dinheiro público pra levantar xópi. Já tem xópi o suficiente, o Estado não precisa estimular isso. E, o fundamental: é preciso atenção à educação. Isso é sério.

É preciso divorciar a idéia de intervenção estatal de justiça social, e examinar caso a caso como o a intervenção melhora as coisas, piora, ou apenas suga dinheiro à toa. A intervenção brutal dos ultimos anos trouxe uma economia de commodities, dizem os economistas. Mas não era pra industrializar que tinha que ter o braço do Estado? Algo errado então.

O Estado, para o Prebisch, era um modo de engatar a economia. Ele nunca foi um campineiro suicida (com a grana alheia). Engatou? Ótimo, agora desengata, ao menos na questão da indústria, e talvez engate em outra, dando financiamento para pesquisa, como é nos EUA por ex.

Estado, livre iniciativa (for profit e non-profit), regulação, são meios. São meios. É preciso entender o óbvio: são meios apenas. Se o Estado propõe fazer algo melhor que a sociedade, e isso passa na congresso, boa sorte. O problema é que a intervenção dos últimos anos foi muito ruim para o Brasil. Não preveniu desmatamento, não melhorou substantivamente a educação, não acelerou a economia (que é a principal questão dos desenvolvimentistas). Ao mesmo tempo, foi elevada ao patamar de objetivo, de ideal.

Uma sociedade com liberdade é sim um objetivo em si. As pessoas têm que ter a liberdade de empreender. Mas resguardada essa liberdade, o Estado deve propor em que pode fazer melhor, e isso ser escolhido pela sociedade. Livremente.

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