No post anterior, Atualizando a política: 6 idéias para Aécio Neves e para os partidos do campo democrático, faltou mencionar algumas organizações que estão colocando a mão na massa desde as eleições de 2014. São grupos que reconhecem o resultado eleitoral mas nem por isso abrem mão de agir politicamente, seja em favor de um projeto político ou do aprimoramente de nosso processo político.
Agora é hora de botar a mão na massa, então convido os leitores a entrarem nos websites e nas páginas do Facebook destas organizações, ou completarem a lista se conhecerem outras, e apoiarem essas iniciativas!
O pessoal do Vem Pra Rua democrático está coletando emails para um mailing list, assim como sugestões de ações. Eles organizaram a passeata do Largo da Batata com 10 mil participantes e se posicionaram claramente do lado democrático. A página do Face está migrando.
O Eu Voto Distrital já tem mais tempo, mas agora com essas eleições e com propostas de reforma política na mesa, passam a ter mais relevância! Tem página no Face também.
Vamos acompanhar com muito carinho o trabalho do Você Fiscal, pois promete ser crucial nos próximos anos. Eles estão pensando com seriedade e conhecimento técnico a questão das urnas, que também ganhou destaque nessas eleições. Tem página no Face.
E, finalmente, os meninos da Turma do Chapéu, que nas eleições criaram site para rebater mentiras eleitorais e agora lançaram site comparando os avisos de Aécio com a realidade do país.
E os partidos, hein? Bom, aí tem várias iniciativas, adote um vereador, etc., etc. Aqui, apenas coloco uma opinião pessoal. Acho que os que vale a pena seguir são os do campo democrático que se abrem ao eleitor, seja através de alguns representantes ou institucionalmente: PSDB, PV, DEM, PPS, Rede/PSB.
Em certa medida, a dificuldade dos partidos em mediar entre sociedade e estado, que é deles e nossa também, acaba abrindo brechas para desejos (que são em parte mera cooptação mas ambém em parte legítimos) de participação em conselhos com presença direta no executivo, sem mediação política. Por isso temos que entrar nos partidos, na minha opinião, dando-lhes representação social frente ao Estado.
Olá, Heloísa, tudo bem? Estou bastante surpreso com teu posicionamento político-partidário crítico ao governo federal e silencioso com os governos municipais e estaduais. Isto é importante porque a votação presidencial em São Paulo e Santa Catarina destoaram da votação do restante do país, ou seja, há uma visão majoritária paulista conservadora que se afasta da visão majoritária brasileira progressista. O vice-presidente eleito é do PMDB paulista, partido de centro, liberal em sua política, mesmo assim não teve maior presença eleitoral. Observo que o PSDB votou contra a instalação de Conselhos cuja presença você defende no parágrafo final. Observo também que as soluções liberais apresentadas pelo Aécio reduziriam (ou melhor, interromperiam, segundo Armínio Fraga) os processos de distribuição de renda e de aumento real do salário mínimo, ou seja, aumento do mercado consumidor do ponto de vista liberal. Enfim, respeito tua opinião, mas penso que o blog tem um título equivocado, não se trata de crônicas de sala de aula, mas talvez de crônicas políticas paulistas. Não seria ético posicionar-se partidariamente em sala de aula. Abraço, Ricardo Monteagudo.
O blog é pessoal, Ricardo. São reflexões sobre assuntos diversos, incluindo o mundo acadêmico. Seguindo Arendt, sou bastante respeitosa quanto à necessária divisão entre ensino e política. Aqui, não estou na sala da aula; apenas compartilho idéias com pessoas sobre as quais não exerço influência como professora. Esse cuidado ético, fundamental, não é geral no meio, infelizmente.
Sobre conservadores e progressistas, discordo. Acredito que uma maior densidade comunicativa no Estado seja responsável, assim como em épocas passadas, por uma maior rapidez em SP em se contrapor a movimentos que já se esgotaram. Não é conservadorismo, é apenas maior acesso à informação e maior participação no debate público.
Sobre a distribuição de renda, é preciso entrar em debates mais profundos, das quais a internet está farta, mas discordo de sua avaliação e os próximos 4 anos servirão de dolorosa prova dos limites do distribuitivismo sem ganhos de produtividade.
Sou crítica aos governos municipais e estaduais também. Mas não os vejo como tendo tanta periculosidade como o governo federal atual.
O PMDB não é liberal. O PSDB talvez tenha elementos liberais. O PMDB não. Afif poderia ter sio um liberal, mas preferiu a adesão ao atual governo federal.
Finalmente, não sou a favor de conselhos. Releia a frase. Sou contra. Apenas vejo como parcialmente legítimo esse impulso conselheiro, afirmando que a política partidária pode ser um mecanismo de canalizar esse impulso para algo verdadeiramente democrático, que possa criar um diálogo mais intenso entre sociedade e Estado.