Demorei um mês para ler essa matéria do Estadão, Os autoritários estão vencendo?, pois achei o título deprimente e fiquei com medo do autor me convencer de que sim, estão. Hoje, tarde tranquila, li o artigo e recomendo, pois não é tão terrível assim. Ao final, algumas recomendações sensatas às democracias, de resgate de princípios liberais sem abrir mão da justiça social, que é importante não apenas em si mesma, mas também para criar base fiscal e estabilidade política.
Vale a pena ler com calma, pois o artigo cobre muita coisa, muitos países, muito tempo. Vale a pena também, você que está indeciso, imaginar o seu candidato a presidente lendo o artigo. Tem gente que vai espumar contra a defesa da ideologia liberal, você até já vê a pessoa perdendo a calma e rasgando o jornal. Tem gente que vai ficar assim no muro, questionando a propriedade de se definir as coisas tal como o artigo define, encontrando pêlo em ovo e ao final saindo gloriosamente pela tangente. Tem gente que vai ler anotando, lançando mensagens aos assessores e pedindo dados (esse já se candidatou duas vezes, perdeu, agora está pra senador).
Meu candidato vai ler um pouco tranquilo demais, como confirmação do que já propõe e sabe, confiante no que vai fazer. Vai circular o artigo entre assessores num email simpático e continuar tocando sua vida de herdeiro de Juscelino e Tancredo, apostando nas conversas e na cara limpa. Não tem idéia do peso que o Brasil tem na construção de um mundo mais justo (e estável), e portanto do peso global desta eleição, mas não é por ignorância como seus concorrentes, é apenas porque a alegria de viver faz as pessoas um tanto imunes à preocupação.
Enfim, não é o Pato Donald, que o Tio Patinhas pagava para se preocupar por ele. Não importa. Voto nele tranquila, é nosso Gastão, nosso primo sortudo, preocupemos-nos nós por ele, que ao final vai ser eleito presidente do Brasil e terá 8 difíceis anos pela frente.
Why is it that always when I read an article I don’t like it’s by someone from Harvard?
Agora falando sério, Aetius era da Bulgária. Então podemos escolher entre uma presidenta com pai búlgaro ou um presidento com nome de um búlgaro. E chamam isso de democracia?