Foi na feira do Pacaembu que dei minha melhor aula, numa quinta-feira pela manhã. Levei os alunos de economia da Faap para sentir o que era um mercado, e foi simplesmente maravilhos. Já contei essa história no blog.
Mas a feira anda chocha que só vendo. Acho que devemos salvar as feiras, não apenas por saudosismo, mas por serem uma coisa genial de São Paulo. A regularidade, a relação com os feirantes, com os outros compradores. E as conversas com o Dante na feira da Luminárias? Com o Jaime na feira da Vila Madalena?
Todos os feirantes que conheço da Luminárias, que me dão saudades agora em Higienópolis? A brava dos temperos, a doce do alho que sempre pergunta da Terezinha, as irmãs do peixe, o açougueiro, a banca do Ernani que infelizmente faleceu, enfim, a gente cria uma relação com a feira, que inclui tudo. Inclusive os produtos. O tempero da brava por exemplo não encontrei igual. A banca do Ernani ainda não substituí. A feira é um lugar social importante, numa cidade carente de lugares.
Meu plano é o seguinte:
Botar uma banca em cada feira, que aceita cartão e vale alimentação. Essa banca te daria vales, como numa feira de alimentação você compra vales, sabe? Como numa quermesse. Com esses vales, você faria a feira. E ao final do dia, o feirante vai nesta banca, devolve os vales e um depósito bancário seria feito em sua conta.
Entendeu a lógica? A gente poderia gastar a porcaria do vale alimentação com comida de verdade! E os feirantes não sofreriam tanto a concorrência das grandes empresas de distribuição.
Quem faria essa banca de vales? Poderia ser o prefeito. Poderia ser um empresário que cobraria uma porcentagem. Poderia ser os próprios feirantes que se organizariam.
Enfim, a idéia é essa, se alguém usar apenas coloque na frente: “Barraca da Helô”. Não cobro nada, apenas quero ser vista como feirante, pois ando com um pouco constrangida de me apresentar como docente grevista.