Hoje dei carona para três jovens na Vila Madalena, um rapaz da Zona Sul e duas estrangeiras que vieram para a Copa. Eles ficaram muito agradecidos, e aí me caiu a ficha:
Não importa se você é Dilma ou Aécio, se você está orgulhoso de sediar uma Copa de Futebol ou se desliga a TV quando aparece estádio, se vai torcer para o Brasil ou para a Argentina, se vai de máscara no protesto ou de verde e amarelo torcer no bar.
Não importa se tem greve ou se o trem bala ficou pronto, se a Fifa for extinta ou se a família Sarney abandonar a política, se a cidade vai parar ou se vai ser uma grande festa, se o futebol é o ópio do povo ou se a política é o ópio da elite, nada disso deve se interpor entre nós e nossos hóspedes.
Vamos receber bem as pessoas, vamos parar para perguntar para se precisam de algo, vamos reclamar do governo sem reclamar deles, vamos colocar bandeirinhas da Alemanha, da Espanha, do Canadá, da Itália, do Irã, de Camarões na rua, e vamos receber bem os jogadores e turistas que vão cair de pára-quedas nesse caos e que se tudo der certo vão voltar para casa dizendo: “Ah, a mídia exagera!”
Welcome to the Football World Cup in Brazil!
É essa civilidade que impede as brigas entre torcidas petistas e tucanas de se transformarem em guerra civil, como na Gália no tempo de Aetius.
Para os poucos leitores do blog que, como eu, tem cultura geral mais limitada que a do meu irmãozinho maior, consulte a Enciclopédia livre: http://en.wikipedia.org/wiki/Flavius_Aetius.