Bem, foi hoje o enterro da Rita, uma tristeza. A família próxima estava arrasada. O marido derrubado, a filha mais jovem realmente abalada. Além deles, uma grande família, todos muito tristes. O pastor falou coisas bonitas, sobre a importância dela na Igreja e como mãe de família: “Todos nós perdemos a Rita hoje. Todos estamos tristes.” Rezamos todos juntos. Estavam lá algumas pessoas que eu não via há tempo, como a Cris, e gente que eu conhecia de falar pelo telefone, como a Cleusa, que relembrou momentos dessa nossa antiga relação com a família da Terezinha. Ela lembrou da casa de Ubatuba, da viagem da Terezinha para o casamento do meu irmão, onde ela ficou comigo em Nova York, e reparou em mil plantas que eu nunca tinha visto na cidade.
Depois fui andar no Parque do Carmo, que é muito bonito, e só na volta para casa caiu mesmo a ficha. Maria, Terezinha, Rita, três irmãs que fizeram parte de nossas vidas. A Terezinha, de um modo muito íntimo mesmo. Há aquele exagero de dizer que a empregada é da família, mas nesse caso, objetivamente, eu e meu irmão de fato aprendemos muito com o jeito da Terezinha. Eu e meu irmão nunca vimos meus pais entrarem na cozinha a não ser, no caso de minha mãe, para “sair de lá o mais rápido possível” e do meu pai, para fritar um pacote de linguiças recém-separado. No entanto, nós dois cozinhamos para os amigos e para a família, vemos a cozinha como um lugar verdadeiro da casa. Há mais coisas, claro, mas essa é a mais óbvia, mais concreta.
Então estou agora triste mesmo, pois é uma pessoa que se vai, um tempo que se vai, uma relação toda que se vai.
Obrigada a todos que leram o post anterior e repassaram. Cada um ajudou um pouco a fazer essa cidade um lugar menos anônimo, menos hostil.