Poema Preto no Branco

Quem disse que não cometo meus poemas encomiásticos? Aqui vai um em homenagem à chapa Preto no Branco, que concorreu ao CAVC em 1988.

Eu deprimo
Tu piras
Elô quebr’o pau.

Nós nos f…
Vós ríeis
Eles nos entendem.

Contexto: A chapa Preto no Branco concorreu há 25 anos ao Centro Acadêmico da FEA-USP baseada no seguinte tripé: nós somos demais, nós nos amamos e além disso temos umas idéias supimpas. É assim que lembra, pelo menos, o atual professor de economia e membro da chapa idealizada pela grande estrategista política Heloisa Pait, que usou seu poder de liderança junto aos amigos para fazer a celebração de vitória ao fim do primeiro dia de votações “porque talvez amanhã a gente esteja um pouco chateada com a abertura das urnas.”

De fato, a visionária esperava poucos votos a mais do que os 81 apurados entre os mais de mil votantes na disputada eleição. Disputada por quem? Ela não se lembra. Nem fazendo esforço, ela não tem a menor idéia. Lembra que um dos membros honorários da chapa – não pregou uma porcaria de um cartaz – depois se tornou presidente do BNDES. Mas dos adversários não restou um fiapo. É que no ano seguinte veio a monografia, a hiperinflação do Adilson, Edmilson, Elenilson… ah, Maílson!!!, a doença da mãe. Veio para todos a formatura, empregos. Casamento, filhos, separação, viagens, apoio do pai ao Maluf e outras trapaças da sorte.

Veio a vida, com as eleições outras ganhas e perdidas. Dos adversários não restou um fiapo. Os amigos sempre presentes, só não digo os nomes para não comprometer ninguém, mas continuam apresentando propostas supimpas. Só uma dúvida que fica, daquele fim de ano em 1988: quem votou na Chapa Preto no Branco?

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