Mereceria um post mais detalhado, ou mesmo um artigo, caso eu tivesse a disciplina, mas só queria notar a diferença entre a cobertura dos bombardeios no Iraque durante a Guerra do Golfo, lembram, cobertos pela Amanpour pela CNN, com aquelas imagens espetaculares dos próprios mísseis, e essa guerra em Gaza.
Como muitos apontaram, aquela cobertura nos lembrava um videogame, quase que nos fazia esquecer da destruição lá embaixo, como se estivéssemos lançando os foguetes. Não sei se concordo inteiramente com a análise, mas de fato havia um elemento de espetacularização da guerra.
Nessa, o brilhante trabalho de PR das Forças de Defesa de Israel usou a tecnologia para trazer as pessoas envolvidas: os soldados tomando decisões, os cuidados na escolha dos alvos, todo o cuidadoso processo de construção, pelo Hamas, das vítimas civis palestinas.
Espero que o cessar-fogo saia hoje, por todos os envolvidos, e até mesmo pelo Itamaraty que não perde a oportunidade de nos fazer de palhaços, como se Honduras não tivesse bastado. Não sei quem foi o grande responsável pelo cessar-fogo, se foi a ONU, a Hillary, o temor do próprio Hamas de que o caldo entornasse de vez, a opinião pública israelense que não queria uma invasão terrestre, não sei.
Mas acho que os vídeos da IDF tiveram um papel, pois revelando os motivos das ações em jogo acabaram tornando menos eficazes as vozes anti-Israel e anti-semitas em redor do globo, e assim ajudando os líderes a pressionarem o Hamas ao cessar-fogo.
Claro que haverá críticas, e quem acompanha os jornais israelenses e a imprensa da diáspora já vê críticas ao PR das IDF: também houve gráficos estilo videogame, declaração de guerra por Twitter e outras coisas questionáveis. Mas acho que o cerne do esforço de PR não deve ser criticado, pois a revelação dos processos da guerra é do interesse de todos. De todos. De todos mesmo.
Crônicas da Sala de Aula 