As pesquisas eleitorais me deixaram preocupada, e minha raiva pelo PSDB ter melado as prévias aumentou. Não dá pra culpar o Serra apenas. Ele resistiu a essa candidatura, seja por ainda acreditar na sua eleição para presidente, seja por sua avaliação de que um ex-governador, ex-ministro da saúde e candidato derrotado a presidência duas só atrairia ridículo se lançando candidato a prefeito junto a jovens como Haddad e Soninha.
Meus posts cômicos vieram desse incorformismo com essa patética candidatura, que fará mal ao partido seja derrotada ou vitoriosa, e que para a cidade será péssimo se acabar abrindo a brecha para um bandido a governar.
Eu queria saber quem, além do próprio Serra, foi responsável por essa decisão. Como ela foi feita? Com que argumentos? Quem a apoiou? Queria, claro, ter os emails destas pessoas, para poder em minhas mensagens usar o vocubulário que minha mãe aprendeu no colégio Sion e que tenho reservado para poucos.
Os líderes fizeram o quê? Olharam para pesquisas de intenção de voto como se fossem a uma vidente, uma cartomante em Socorro? (Vale a releitura de “A Cartomante”, de Machado de Assis, http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1965). Colocaram uma pseudo-unidade partidária acima dos interesses do eleitor paulistano? Foram movidos por que sentimentos para tomar essa decisão tão decepcionante para o eleitorado PSDBista, que agora se espalha por outros candidatos?
Uma vantagem óbvia da escolha de um dos quatro pré-candidatos tucanos seria o apoio do Kassab ao candidato do PT. Agora a gente já sabe no que esse apoio se constitui: usar aqueles funcionários públicos que provavelmente nunca prestaram serviço algum à população, e que portanto seguem qualquer ordem, por mais estapafúrdia que seja, de chefes que fazem vista grossa à sua incompetência.
O cretino que publicou o prontuário de um paulistano (!!!) talvez estivesse fazendo hoje a mesma coisa, pois é um sujeito sem moral, que merece demissão sumária e processo junto com seu chefe. Mas isso seria criticado pelas pessoas em quem a gente vota, que até onde sei estão caladas. Imagine ter seu prontuário divulgado, suas queixas, seus medos, seus estigmas e suas reais fragilidades físicas e mentais. É algo inadmissível. (esses são os mesmos que acham que “a mídia precisa ser regulada”, mas deixa prá lá.)
Agora, sem esse “apoio” municipal, como ficaríamos? Com caras novas, com o Eduardo Jorge por exemplo. Com um novo candidato tucano, como o Andrea Matarazzo, ou outro. Junto com Soninha e Haddad, o eleitor teria uma eleição menos viciada, um debate melhor (até que o conteúdo das propostas não anda ruim, para falar a verdade).
O legítimo desejo de renovação teria onde ir, e esse Russomanno, essa tragédia que se avizinha, seria mais um entre novas caras na política, talvez nem tivesse decolado.
O PSDB podia ganhar ou não, mas São Paulo iria ganhar. Então, se alguém souber quem foi que melou mesmo as prévias, me diga, por favor! Por uma São Paulo melhor!
O principal sentimento era o medo de arriscar com um candidato sem name recognition. Essa falta de confiança na inteligência do eleitor, amplamente justificada, é a raiz dos males.
Eu discordo. O principal sentimento era “se eu não vou ser candidato então vai o “pai”, no nível psicológico. Sociologicamente, as consultorias, pesquisas de opinião, bajuladores a asseclas funcionam com um “buffer”, impedindo que os políticos ouçam o óbvio: queríamos novos candidatos.