A escolha do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros para compor a chapa do PT à prefeitura de São Paulo pode complicar – e muito – o quadro político nacional atual. O ex-governador (1947-51 e 1963-66) e interventor indicado pelo ditador Getúlio Vargas, inaugurou no estado industrializado o estilo populista de fazer política e administrar as contas públicas.
Entretanto, seu nome, apesar de suas realizações épicas na área da corrupção e dos atentados à democracia, encontra resistências dentro do Partido dos Trabalhadores. Em primeiro lugar, o prefeito Jânio Quadros – com sua tradicional caspa nos ombros, lembrando a todos suas origens simples – eleito por um dos membros fundadores do PT, senador Eduardo Matarazzo Suplicy, não vê com bons olhos o “ladrão da elite” Adhemar. Mas os problemas não param aí.
Paulo Maluf, pilar da candidatura petista à prefeitura, e seguidor – ao menos no que diz respeito ao trato dos fundos públicos – dos métodos de Adhemar, vê nele um possível rival para as eleições para govenador de 2014, ano da Copa. “É preciso olhar para a frente,” disse o ex-prefeito, ex-governador e atual Deputado Federal por um partido que descende diretamente da Arena. “Antes, para ser um político bem sucedido era preciso ser da elite. Hoje um filho de imigrante como eu chega onde quer.”
O pior de tudo, entretanto, está em Brasília. Enquanto o ex-presidente Lula se deleita, orgulhoso, com sua genial aliança PT-PSP, inclusive com visitas à fazenda da família de Adhemar em Piracicaba, sua sucessora se enfurece em Brasília com a aliança paulista. (PSP, para os mais novos, é o partido criado pelo governador Orestes Quércia para minar o poder conservador durante o regime militar.) E tudo por culpa de uma bobagem.
É que a presidente Dilma, segundo alguns, teria assaltado um cofre de uma possível amante de Adhemar, para levantar fundos para o Ciência sem Fronteira. Ela nega. Mas, de toda forma, é óbvio que não vai querer ter seu nome associado ao de uma pessoa de cujos bens ilícitos supostamente se apropriou. Soma-se a isso a implicância da imprensa, que se refere ao ex-governador jocosamente como A. de Barros, apenas porque o político confiscou o jornal por 5 anos durante alguma ditadura.
São problemas demais, com os quais conta a atual gestão do município, que já tem pronta a equipe de transição.
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