Será que a Apple vai revolucionar o ensino superior na semana que vem? Pelo que meu irmão diz, vai.
Eu imaginei um mega Moodle, com mil capacidades, ou com nem tantas, pois o melhor do Moodle com o melhor do Canvas já está bom. E também com uma capacidade de download de texto com pagamento ao autor ou ao periódico, pois aí, pensando prosaicamente, eu nunca mais ia copiar nada na vida.
Tudo num iTunes da vida, ou seja, você acorda de manhã, resolve dar um curso, coloca no troço, estabelece um custo e espera os alunos chegarem. E dá o seu curso, gerando receita para fazer uns outros cursos que você queira, ou seja, tem gente que nunca mais vai trabalhar na vida.
Já pensaram nas possibilidades? Tem o Museu do Futebol, mas agora poderia ter a Universidade do Futebol também. O DaMatta que fez o texto do museu poderia dar um curso, o Pelé – imagine ser aluna do Pelé? – poderia continuar. Isso os grandes temas.
Mas o fundamental seriam os pequenos temas. Aquele estudante de pós que não conseguiu terminar a tese mas é um gênio. O engenheiro indiano que conhece horrores da história do seu país e da sua cultura. O médico que quer ensinar como administrar um hospital para parceiros em Angola.
Sem convênio contrato edital. Com dinheiro ou sem, dependendo da disponibilidade de cada um. Nem sei o que poderia surgir daí. A paz no Oriente Médio. No mínimo.
Citando Pait: “E dá o seu curso, gerando receita para fazer uns outros cursos que você queira, ou seja, tem gente que nunca mais vai trabalhar na vida.”
Acabo de ficar lisonjeado com essa frase. Talvez pela sua visão de economista dar aulas não seja bem um trabalho, mas… Fiz quatro anos de graduação, inclusive aguentando matérias pedagógicas com professores formados em outras áreas que não sabiam absolutamente o que era estar à frente de uma sala de aula; mais dois e meio de mestrado – milagrosamente concluindo minha dissertação – e acabo de ingressar no doutorado. Creio que durante esse período eu não só espero estar me preparando da melhor forma possível para o (mercado de) trabalho, como já trabalho na função de pesquisador, ora recebendo bolsa, ora produzindo conhecimento “de graça”… Bom, vai ver que eu só trabalho agora, depois saio dando cursos e aulas por aí, virtualmente, afinal, dar cursos nem é trabalho… Será que o Pelé tem licenciatura??????????????
Bem vindo ao Blog! A frase é obviamente irônica, pois com poucos intervalos, eu, meu irmão, minha mãe “nunca fizemos nada na vida” além de aprender e ensinar. Para “não fazer nada”, tivemos que nos submeter a todos os requisitos acadêmicos que você conhece. E talvez isso mude, com impactos desconhecidos no modo como aprendemos e nos formamos. Meu pai levantou vários prédios, então não botei na lista, mas é lembrado mais pelas aulas. Na verdade, ele adoraria ter dado cursos livres, mas faltava na época uma estrutura para isso.
Boa sorte no doutorado!