Bonita festa no clube, apesar da chuva torrencial. No prédio principal, Frank Sinatra. No ginásio, pop em volume alto. Jantar simples, argentinas animadas, conversas esparças. Atletas, dirigentes, fisioterapeutas, colegas do clube. “Vamos ….!”, me disse uma amiga e me puxou pelo braço. “Fazer aliá…?” O barulho era imenso. “Não, vamos galinhar!” Demos uma volta. “Ei, você não é a Rosita?”, perguntei a uma mulher mais velha. A Rosita, que fez o Bat-Mitzva de todas as mulheres do clube. “Que bom que você me reconheceu!” Claro, ela estava igual. “Você também, não mudou nada!”
Me perdi de minha amiga, então decidi fazer o que eu realmente queria, ver os fogos da Paulistânia. Meu clube, meu povo, meu esporte. Mas queria estar em outro lugar. Saí correndo pelas ruas absolutamente vazias de São Paulo, até um pouco imprudente, atravessando sinais fechados de onde eu sabia podia vir um motorista também apressado. Precisava correr. Chegar até uma espécie de presente. Foi o tempo exato, as nuvens embaçando os fogos da Paulista, e depois o bonito show do João Carlos Martins. E o ano começou.