Muito bom o artigo do Chacra explicando como funciona o SAT americano. No meu texto sobre ensino superior americano tem bibliografia complementar, para quem quiser se aprofundar. Quem está no Estado de São Paulo pode consultar a bibliografia nos livros que doei para a biblioteca de Marília. Único reparo: pelo que diz o artigo, a picaretagem do Enem americano veio de indivíduos, de candidatos. Não veio de um professor, numa escola convidada a colaborar com o exame. Tem picaretagem nos EUA, eu mesma já vi, mas os dois casos retratados são incomparáveis.
E bom também que a sociedade brasileira aceitou de vez a prova, mesmo com os graves problemas que ela têm apresentado. Até o Provão (Enade) já está sendo aceito paulatinamente, os preconceitos contra a avaliação sendo deixados para trás. Eu sou favorável, inclusive, que se comece a usar o Provão para admissão na pós-graduação, como o GRE. Ajudaria a formar um mercado nacional (e internacional) de candidatos e escolas. Supimpa. Agora falta convencer os colegas por todo o Brasil. E o MEC, para quem permita que qualquer um faça o exame.
Agora, uma coisa nisso tudo eu não entendi: se está tão difícil fazer a prova com licitação, e mais difícil ainda fazer sem licitação, por que não contrataram o SAT ou o ACT (a versão blue-state) para organizar o teste? Por que pode comprar carro importado – que é melhor, que melhora a concorrência, etc., etc. – mas tecnologia para fazer algo tão determinante na vida de milhares de jovens não pode? O governo acha que para o estudante brasileiro Lada já está mais que bom?
A Wikipedia tem uma lista de exames de admissão no mundo todo. Provavelmente incompleta. Não podia o Brasil ter sentado com mais uns países grandes, México, Argentina, por exemplo, e fazer um teste com consultoria americana para o estudante de língua portuguesa e espanhola? Iria economizar uma boa grana dos governos, ajudar na nossa integração latino-americana e pricipalmente poupar os nossos estudantes dessa insegurança desnecessária sobre datas e avaliações.
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