Atravessando a Heitor Penteado, ao meu lado, um senhor quase albino falou para si mesmo: “Mon Dieu, mon Dieu, ah mon Dieu, merci.” O farol abriu para nós e ele continuou: “Merci beaucoup. Merci, mon Dieu.” Desculpe se errei alguma vogal.
Na porta do banco, um jovem com bigode à la Dali. E agora o anti-clímax: na travessia de volta da Heitor, o mesmo senhor cobiçando um carro: “Ah, bom gosto não me falta, o que me falta é dinheiro, ah essa Mercedes, bom gosto não me falta.” Olhei: uma Mercedes pequena, antiga, prateada.
Mesmo assim, o texto ficou na cabeça. Merci, mon Dieu. Merci beaucoup.