Tel Aviv, dia 20

Caramba, o gmail não está me deixando acessar a conta. Será que é um problema provisório? Será que alguém rackeou e trocou minha senha? Desconexão.

Pelos ratings do meu blog o pessoal já encheu. Bom, viagem é como novela, tem barriga no meio, não é todo dia que tem ação. Nos últimos dias quis processar tudo, me recolher um pouco, na medida do possível. Hoje (ontem) fui para Ramla, uma cidade árabe, perto de Tel Aviv, com um amigo de meus pais, israelense. Não me pareceu uma cidade muito visitada, mas tem pontos turísticos, uma cisterna romana, desci lá em baixo, água que pareceu fresca, tinha uns barcos mas vocês sabem como eu sou com barcos, não saio do lugar, fico virando, então não entrei. Uma igreja com um minarete da época das cruzadas, e uma torre mameluca da época do império otomano. A cidade é interessante pois é misturada, judeus, árabes, muçulmanos, cristãos. Comemos num bonito restaurante árabe, de um cristão amigo do meu anfitrião. Mas é pobre. O mercado é pobre, as ruas são uma bagunça, as casas sem muitos cuidados. Também vi indianos, africanos, cidade meio Asterix.

Mais histórias de vida. Voltei, descansei, aprendi a evitar o meio do dia, onde o calor é de rachar e você às vezes tem um enjoo, uma mal estar. À tarde tomei um café com um israelense que trabalha num banco, vi uma vista maravilhosa de um prédio de escritórios. Mas não levei a câmara, me arrependi. Nossa, que vista. Que cidade grande. Não tinha ideia. Não parece tão grande de baixo, acho que porque os prédios são baixos, te dá uma sensação de Araraquara. Obviamente, uma outra perspectiva sobre o país. Aqui cada um tem uma perspectiva. Não é como no Brasil que nos anos 80 todo taxista era malufista, toda a Vila Madalena era Erundina, a gente pensa em bando. Aqui não. E isso por que disse de saída: olha, nada intenso, viu? Vamos falar de banalidades.

Mas o banal, tão querido nos EUA, os savings, as appliances, as minúcias da vida prática, ou no Brasil, o churrasco, a fofoca, o futebol, aqui não tem vez. É tudo ou nada. É agora ou nunca. É eu ou você. E então fui visitar uma amiga muito querida da New School, foi maravilhoso. Muitíssimos anos sem nos ver, sem nem contato. E essa coisa gostosa de estar comendo junto, falando dos professores, da vida, da família, de tudo, dos amigos em comum. Sem a pretensão intelectual. Acho que é isso. Sem a pretensão. Só duas mulheres inteligentes, que deram algumas trombadas e ganharam alguns prêmios. De Nova York, de voltar para nossos países. Das coisas que conseguimos. Eu havia dito para ela que aqui todo mundo fala demais, fala até de mim, e pior, fala coisas acertadas. Na despedida, eu disse: não sei por que fiquei tanto tempo sem vir para cá, esse país é parte da nossa história. E ela: por que não era o momento; se foi tão intenso assim, antes ia te atrapalhar. Não falei?

12 respostas em “Tel Aviv, dia 20

  1. Eu ja’ fiz isso tres vezes, mas as informacoes que eles pedem eu nao tenho, entao eles nao estao me dando a nova senha. Seria legal se voce ou o Serginho ligassem para o BB e para o Santander para pedir para suspender operacoes pela internet, pois acho que pode ter informacoes no gmail.
    Meu Facebook foi apagado. Sensacao estranha. Esse blog esta OK, troquei a senha e o email.

  2. Uma coisa que o rapaz de Tel Aviv falou foi que essa cidade está ficando meio desclocada do país. As pessoas evitam o exército ou evitam situações de combate, e por outro lado os negócios estão ficando muito concentrados aqui. Achei isso bem interessante. Fora daqui, há um certo torcer o nariz para Tel-Aviv, eles se acham muito importantes, eles querem ser Nova York, etc, eu havia notado. E minha amiga da new school diz que já parou de falar de política, não lê o jornal nem tv, conseguiu criar uma bolha.

  3. Pingback: 2010 in review « Crônicas da Sala de Aula

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