Fomos ontem no Prêmio Shell. O “clã” da Renata: o Kao, a Lubinha presente através de telefonemas preocupados, o maravilhoso Zé Pinheiro eufórico e apaixonada como sempre, a ex-cunhada querida, eu, uma fã incondicional, a assessora de imprensa que descolou uma entrevista com o CQC e o jornalista do Estadão que está quase caindo no precipício do teatro – eu fazendo o possível para puxá-lo para um lugar seguro.
Meu, não ganhamos. Mas foi tão legal, tão tão tão legal. Pessoas bem vestidas, mas pessoas reais bem vestidas. Atores de TV alguns, mas todos de teatro. Ter um espaço para ser reconhecido, para que te aplaudam ou ao menos para que você aplauda os outros. Se sentir importante. Fundamental. Se sentir parte de alguma coisa. Ver gente se emocionando mesmo no palco, caramba, ganhei. Obrigado. O homenageado era um ator e diretor da velha guarda. E disse isso mesmo. Foi maravilhoso ter sido homenageado. Mas estar aqui e ver vocês recebendo os prêmios é que foi bom.
Estava a Beti Faria. Legal ver a Beti Faria. Estavam outras pessoas que conheço pela Renata, ou da TV.
Não ganhar é sempre chato. Mas para os perdedores sempre há o recurso de que as uvas estão verdes e coisa e tal. É parte do jogo. Ganhar, perder, agradecer, reclamar, é parte de estar na competição. Estar lá é que é bom. Serena assim pois minha contribuição ao Teatro para Alguém é marginal, claro. Então pude me envolver sem me envolver tanto, não era concurso para docente.
Queria passar um pouco isso para os meus alunos. Saiam daquele mínimo esforço. Daquela recusa em se jogar nas coisas, por ideologia ou preguiça. Vão à luta, percam, ganhem. Reclamem, celebrem. Sejam parte de alguma coisa. O quanto essas greves não são recusas em aplaudir, e ser aplaudido.
Crônicas da Sala de Aula 
Winning is for losers.